A bolsa nacional encerrou a cair 2,25%, num dia marcado pelo regresso da subida acentuada dos juros da dívida grega e portuguesa, um factor que penalizou fortemente o sector bancário nacional. A contribuir para a descida do índice esteve também a entrada em ex-dividendo do BCP e da Brisa.
O PSI-20 recuou para 7.956,68 pontos, com 17 acções a descer e três a subir, numa sessão marcada pelo regresso dos receios dos investidores relativamente às contas públicas, e à dívida, de países como a Grécia e Portugal.
A contribuir para a queda do principal índice nacional esteve a banca, que hoje afundou, sendo o sector mais afectado com a subida dos juros nos mercados internacionais.
O BCP, que hoje entrou em ex-dividendo, ou seja descontou do valor da acção os 0,019 euros que vai pagar em dividendo, recuou 6,11% para 0,769 euros, em parte a ajustar deste factor (ver nota em baixo). A queda das acções foi de 0,05 euros, o que corresponde a mais do que o dividendo.
O BES cedeu 4,59% para 3,721 euros e o BPI recuou 3,28% para 1,857 euros.
O sector energético também contribuiu para esta evolução, com a EDP a recuar 3,64% para 2,863 euros e a EDP Renováveis a deslizar 4,85% para 5,471 euros, tendo ainda hoje tocado no valor mais baixo desde 28 de Janeiro de 2009. A penalizar a negociação das acções da empresa de renováveis têm estado notas de análise publicadas por casas de investimento.
Mínimos de mais de um ano também atingiu hoje a Sonaecom ao tocar nos 1,462 euros. No final da sessão a empresa liderada por Angêlo Paupério recuou 5,04% para 1,47 euros.
Ainda no sector das telecomunicações, a Zon caiu 1,72% para 3,761 euros, enquanto a Portugal Telecom contrariou a tendência e subiu 1,99% para 8,491 euros.
A contrariar a tendência esteve também a Jerónimo Martins, que hoje atingiu inclusivamente um máximo histórico, ao tocar 8,312 euros. No final do dia, as acções fecharam a subir 4,39% para 8,068 euros, beneficiando com uma nota de "research" do Goldman Sachs.
Em ex-dividendo esteve também a Brisa, tendo recuado 7,27% para 5,959 euros. O dividendo que a concessionária de auto-estradas vai pagar é de 0,31 euros . A queda das acções foi de 0,47 euros, o que significa que a descida representou mais do que um ajuste.
Nota: No dia em que uma cotada passa a negociar em bolsa sem direito ao dividendo, as acções sofrem um ajuste correspondente ao valor da remuneração. Esta descida de valor afecta o comportamento do índice em que a cotada está integrada, pelo que o Negócios noticia a variação real das acções e não a verificada após o ajuste do dividendo. Serve esta nota para esclarecer os leitores do Negócios, que têm levantado diversas dúvidas sobre esta matéria.
Fonte: Jornal de Negócios
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