O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, acusou hoje, segunda-feira, o primeiro-ministro de estar a dramatizar o discurso, lembrando que o PS perdeu a maioria absoluta.
"O PS tem que perceber que perdeu a maioria absoluta e que a Assembleia da República deve ser um espaço de diálogo, de procura de convergência de posições", sublinhou Jerónimo de Sousa, quando questionado sobre as críticas que o primeiro-ministro deixou este fim-de-semana à oposição.
No domingo, o primeiro-ministro e secretário-geral do PS acusou a oposição de "irresponsabilidade" e "exibicionismo político", pelo facto de PSD, PCP, BE e CDS-PP se terem unido na aprovação de um pacote de medidas anti-crise, como o fim do Pagamento Especial por Conta (PEC) ou a imposição do Estado antecipar para 30 dias o prazo de reembolso do IVA.
Para o chefe do Executivo, a aprovação destes projectos-lei "ameaça as contas públicas", dado que se destinam a reduzir a receita fiscal antes da apresentação do Orçamento de Estado para 2010.
Lembrando que os diplomas a que José Sócrates se referiu ainda só foram aprovados na generalidade, Jerónimo de Sousa acusou o primeiro-ministro de dramatizar o discurso.
"Creio que está a haver uma dramatização excessiva", declarou o secretário-geral do PCP, que falava aos jornalistas em São Bento, à saída de uma reunião com o primeiro-ministro para a preparação do Conselho da Europa, que se realiza quinta e sexta-feira.
Jerónimo de Sousa considerou ainda que será "interessante" acompanhar as diferenças e divergências em relação à matéria de fundo em cada uma das questões aprovadas, em relação ao PEC, em relação ao Código Contributivo".
"Há de facto uma ideia geral aparentemente de consenso, que agora precisa de intervenção, de negociação com o próprio PS", enfatizou.
Fonte: Jornal de Notícias
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