A directora da Agência de Protecção Ambiental (EPA) norte-americana afirmou hoje, em Copenhaga, que os Estados Unidos vão adoptar medidas de "bom senso" para conter as emissões poluentes e proteger a saúde dos seus cidadãos.
Durante o terceiro dia de trabalho na conferência da ONU sobre alterações climáticas, que decorre na capital dinamarquesa, Lisa Jackson afirmou que a possível regulação das emissões de gases com efeito de estufa (GEE) pela EPA, anunciada na segunda-feira, será usada de maneira "complementar" a um projecto de lei em tramitação no Congresso norte-americano, e não para substituí-lo.
"Precisamos de legislação" para eliminar qualquer incerteza que possa existir sobre a matéria, salientou a responsável norte-americana, garantindo que aquela entidade vai trabalhar "em estreita colaboração com o Congresso para aprovar legislação que reduza as emissões de GEE em mais de 80% até 2050".
Segundo Jackson, Washington vai desenvolver "esforços consideráveis" e tomar decisões de "senso comum significativas" para atingir esse objectivo.
Os Estados Unidos, que juntamente com a China são responsáveis por 40% das emissões globais de carbono, têm sido criticados devido à lentidão da aprovação do seu pacote climático, previsto para 2010, e sem o qual será muito difícil um avanço real nas negociações para encontrar um novo acordo vinculativo sobre o clima que substitua o Protocolo de Quioto.
O anúncio feito na segunda-feira pela entidade liderada por Jackson - de que as emissões de GEE são responsáveis pelo aquecimento global e constituem uma ameaça à saúde pública -, abriu caminho para que a Agência de Protecção Ambiental pudesse vir a aprovar ela própria a regulação das emissões, sem a aprovação do Congresso.
Uma decisão que foi saudada com satisfação pelos 192 delegados presentes na conferência de Copenhaga e encarada como um sinal positivo da nova administração do presidente norte-americano, Barack Obama, especialmente após os oito anos de resistência em relação à causa climática durante os mandatos de George W. Bush.
Nas discussões de hoje, os negociadores tentavam aproximar as posições entre os 192 países participantes no sentido de reduzir a clara falta de entendimento entre as nações ricas e os países em desenvolvimento sobre o financiamento, a longo prazo, dos 100 mil milhões de dólares necessários para ajudar os Estados mais pobres a enfrentarem o fenómeno climático.
Outra dificuldade é também a falta de consenso sobre a redução das emissões. Enquanto todas as nações desenvolvidas, especialmente as grandes potências, não assumirem compromissos significativos de corte de emissões, os países em desenvolvimento, menos poluidores, dificilmente aceitarão metas de redução numéricas, vistas como entraves à industrialização.
"Não temos a ilusão de que isto vá ser fácil. Mas penso que um acordo pode ser alcançado se fizermos isto como deve ser", considerou o enviado norte-americano para as alterações climáticas, Todd Stern.
Fonte: Jornal de Negócios
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