domingo, 6 de dezembro de 2009

Estudo diz que aquecimento global vai provocar mais guerras em África

O aquecimento global vai aumentar em 54 por cento o número de conflitos nos países da África Subsaariana e provocar até 393 mil mortos mais, revela um estudo recente feito por investigadores de várias universidades norte-americanas.

Os cientistas analisaram dados históricos do período de 1981 a 2002 e introduziram nos seus modelos de cálculo os indicadores da importância das colheitas agrícolas, já que 90 por cento da população destes países trabalha na agricultura.

"A subida da temperatura em um grau Celsius provoca um aumento de 4,5 por cento no número de conflitos civis no mesmo ano e 0,9 por cento no ano seguinte", refere o estudo, publicado na revista científica "Proceeding of the National Academy of Science".

Todos os modelos de cálculo matemático utilizados pelos cientistas que colaboraram, - das universidades de Harvard, Cambridge, Stanford, Califórnia e Nova Iorque - demonstram a correlação entre subida da temperatura e aumento de guerras civis.

"Quando associados com os modelos das projecções de alterações climáticas no futuro, esta resposta histórica aos aumentos da temperatura sugere um aumento de 54 por cento do número de conflitos armados até 2030", refere o estudo.

Outra conclusão é que o número de mortos nos conflitos potenciados por estas alterações climáticas é superior ao verificado em guerras motivadas por outros factores. Os cálculos indicam um número adicional de 393 mil mortos até 2030.

"Se as alterações climáticas se repercutem nos conflitos sobretudo pelos efeitos que têm nas produções agrícolas, então, e dada a importância da agricultura para os países africanos, os governos desses países e os dadores podem contribuir para a redução desses riscos de conflito sobretudo ajudando o sector agrícola a lidar com os aumentos da temperatura", defendem os autores do estudo.

Por exemplo, sugerem "desenvolver variedades de produtos agrícolas mais adaptados às alterações de temperatura e ajudar esses países a construir infra-estruturas que permitam o regadio".


[Jornal de Notícias]

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